Pra começar minha primeira postagem no
"E que Golaaço" começarei falando de uma noite historia pra mim e pra outros 15 milhões de Palmeirenses. (mas o blog falara de todos os times, com muita imparcialidade)
Dia 06/06/2000, uma noite fria em São Paulo, Palmeiras x Corinthians iriam se enfrentar pelo jogo de volta da semifinal da Taça Libertadores da America, Palmeiras o atual campeão do Torneio, iria enfrentar o Corinthians, seu maior rival e atual campeão Brasileiro, e a tarefa do Palmeiras nao era nada facil, teria que reverter a vantagem corintiana, que vencera o primeiro jogo por 4x3.
Lembro que tinha pouco mais de 10 anos de idade, e que tinha esperado a semana inteira por esse jogo, meu Pai havia comprado ingresso e eu ansioso esperava o dia chegar.
Paramos o carro na Av Giovanni Gronchi local por onde a torcida do Corinthians entrara naquele dia, isso mesmo, paramos o carro no meio da torcida adversaria. (obvio que fomos sem camisas do Palmeiras)
Entramos no estadio e a maioria da torcida era alvi negra, afinal o Corinthians tinha a vantagem por ter vencido o primeiro jogo, ficamos na numerada atras do gol dos Pênaltis, onde ali, viveria um dos momentos mais inesquecíveis para mim em um campo de futebol.
O Jogo começou difícil, o Corinthians tinha uma equipe muito superior ao Palmeiras, me lembro de nomes, como Edu, Vampeta, Ricardinho, Marcelinho, Dida, Edílson e Luizão, enquanto do lado Palmeirense, nomes como Euller, Alex, Junior e Asprilla me chamavam mais a atenção.
O Palmeiras abriu o Placar com Euller, na minha frente, e lembro que a euforia foi fantástica, precisaríamos de mais um gol para nos classificarmos para as Finais, em busca do Bi Campeonato, mas o jogo era difícil, nao demorou muito e o Corinthians empatou e levando esse resultado ate o fim do primeiro tempo.
No intervalo o clima era de apreensão por parte dos Palmeirenses, e ainda ficou pior, porque na volta do Intervalo o Corinthians se fez em vantagem no marcador, com Luizao, marcando o seu segundo gol no jogo, numa confusao entre Marcos e Roque Junior na hora do chute, ambos se atrapalharam na hora de tirar a bola.
A festa da torcida do Corinthians era grande, olhava para meu Pai, ele tenso, eu também, já meio triste, pois sabia o quanto seria difícil reverter o placar, mas ai o jogo começou mudar, em bela jogada de Euller, o mesmo tocou para Alex, e como de costume fazer um gol de craque, batendo por cima de Dida, fazendo um belo gol e levanto o Palmeiras ao empate.
Nessa hora já era uma mistura de esperança com aflição pois o Corinthians era muito perigoso, mas foi ai que Galeano aos 27 do segundo tempo, apos cobrança de falta de Alex fez o gol para lavar a própria alma, naquele momento todos Palmeirenses que o xingaram eternamente só sabiam o agradecer por um gol tao importante. Lembro da minha felicidade com meu Pai, e pra ser sincero, dali para o fim do jogo eu só pensava no apito final, o Corinthians tinha um time realmente muito superior e podíamos tomar um gol e sermos eliminados.
Juiz apitou o fim do jogo, e ate começar as cobranças posso dizer que com apenas 10 anos, passei um dos dias em que fiquei mais nervoso na vida. Olhava para o campo via Marcos no gol, o que me dava um alivio tremendo, porem do outro lado via Dida, o especialista em Pênaltis e me amedrontava.
O Palmeiras fez todos os gols, converteu todos os pênaltis e em cada gol um peso saia das minhas costas, o nervoso ia passando e se enchia de esperança quando um jogador do Corinthians vinha bater, torcendo para que Marcos fizesse a defesa, mas isso não acontecia em pênalti algum.
Vi todos os 9 pênaltis batidos, e todos convertidos, foi então que olhei para o centro do campo e vi Marcelinho Carioca vindo em direção a marca da cal, e pensei, esse cara não perde pênalti, foi ai que entrou a famosa superstição coisa que acreditem, tenho ate hoje, todos gestos que eu fazia, eu os repetia logo depois, achando que isso pudesse ter uma diferença no resultado da cobrança.
Marcelinho ajeitou a bola, conversou com a mesma ele adorava fazer isso, então fechei os olhos e pensei, se o grito vier da arquibancada adversaria ele converteu, se meu Pai gritar, passamos.
O Morumbi se calou por instantes e eis que veio o grito... Do meu Pai, eu só tive tempo de abrir os olhos, e ver Marcos correr para lateral, meu pai jogar um radinho de pilha para o alto e pular que nem criança, o abracei e chorei de tanta felicidade, ali, naquele momento podia dizer que tinha uma das minhas maiores felicidades, vi meu pai sorrir depois de 1 mês triste com o falecimento do meu avô, e pude agradecer muito por isso.
A volta do estadio ainda tínhamos todo trajeto do Morumbi ate o carro, no meio da torcida do Corinthians, precisávamos fingir estar triste, para não acontecer o pior, eu escutava os caras reclamando, xingando Marcos, o Marcelinho, dizendo que queriam matar os Palmeirenses, fiquei com medo, eu era pequeno, mas o carro enfim chegou, meu pai pagou o flanelinha e pude então sorrir.
Há 12 anos atras esse dia foi histórico para mim e triste para milhares de corintianos.
Mas hoje 12 anos depois, os mesmos que sofreram hoje brincam, dizem que temos que comemorar coisas do passado, pois é disso que somos felizes, e as brincadeiras continuam, fazendo assim do Futebol, o melhor esporte do mundo..
Afinal, ele é!
Abs, Gregory Fava!
